procura

Quando a lua me procurar
Já não vou estar no mesmo lugar
Sou um instante, inconstante
Que vive a sonhar

O vento vem me perturbar
As lembranças insistem em me encontrar e
contar o que ficou por dizer

eu só quero a luz do sol
poder ver as ondas do mar
sem me apressar
seguir meu caminho
desfrutar os momentos da trajetória

sentir o aroma das flores
correr, dançar, pular
encher os pulmões de ar e...
gritar!
Até cair no chão em êxtase
gargalhar até perder os sentidos
E mais tarde deitar na grama ao anoitecer
e admirar as estrelas com você
Deixar o tempo pra lá
Viver o nosso próprio instante

A vida é fantasia com misto de realidade
É ilusão com gosto de decepção
É doçura que minha loucura acompanha
Com ânsia de perdição

Busco conquistas e derrotas
Lutar e saber perder

Busco amizades verdadeiras

confidentes

Busco amores eternos
.... e me render

Busco o verso perfeito que complete o meu pela metade
Que traduza fielmente o nosso querer
E ser
O que realmente é
Simplesmente viver
Emoções e ás vezes razões
Que nos levam a crer...

Busco me perder na calmaria, na tempestade do infinito do meu querer e nunca mais me encontrar, fim!


Larissa Alves

Vingança

Tipo uma música ou algo assim...


Cansei dessa sua distração
Dessa de ter que pedir mais atenção
No começo não era assim
Não gosto de acomodação

Eu sei que é errado
Desculpa baby
Mas dessa vez vou me vingar
Desculpa baby

Porque pra mim era tudo “nós”
Você estava em todos meus planos
Em todos os momentos
Desde um almoço a viagens pelo mundo
Mas agora vai mudar
Vou me preocupar mais comigo, com o meu Eu

Eu quero mais de você
Sem ter que ficar falando
Não, não quero mais
Quero o que você era, só isso
Combinado?
Você está acomodado

Entreguei a você minha vida e história
Não vou dizer que você não pensa em mim

que não fez o mesmo
Não faz planos comigo, faz sim!
É que sou assim mesmo, sempre quero mais, espero mais
Desculpa, Baby

Eu quero 24 horas todos os dias com você
Pena que “já nos vimos ontem”

Pena que você nunca lê meus versos

Tenho a consciência de que é errado
Mas dessa vez eu vou me vingar
Você vai sentir o que sinto
E não adianta me cobrar
O que não vou mais fazer
Eu vou vingar pelas vezes que me fez chorar e esperar

Não vou dizer que você não me ama
Eu sei que ama, já tive provas
Como você me agüenta?
Eu odeio essa de querer mais, precisar mais
Eu preciso de você igual no começo
Quero ser conquistada todos os dias
Porque essa de vingar
Não vai dar certo baby

A vingança faz mal, eu não gosto disso


Continue melhorando porque eu estou.
E não vou mais falar o que preciso.

Larissa Alves

Passagem

Cada ano, um capítulo da minha história sem fim

A nossa vida na Terra é passageira. Se pararmos para pensar ainda ontem éramos crianças aprendendo a falar, a entender um pouco as coisas da sociedade, Aí crescemos um pouco.... e continuamos a busca do tentar entender. Nos tornamos mais crescidos ainda e escolhemos profissões que tentam desvendar os mistérios da humanidade, descobrir fórmulas, entender pessoas, compartilhar informações, dentre milhares de outras funções e especializações que conhecemos.
E a vida passa, sem a gente se dar conta que o mais importante não é o ponto que almejamos chegar e sim a trilha que percorremos com nossas próprias atitudes e escolhas.
Eu, particularmente, não gosto desta rapidez toda. Parece um ciclo vicioso, viramos robôs? Aos olhos de muitos sim, e devemos produzir cada vez mais e com qualidade!
Tenho saudades da minha infância, o mundo era como eu imaginava e meu mundo era bem mais perfeito que esse que vejo agora. Com os olhos abertos vejo uma realidade cruel e mascarada. E tenho medo de pensar em como será nos próximos séculos.
A vida realmente é passageira, isso é bom e ruim. Quantas pessoas já passaram por nossas vidas e já foram embora? Quantas se distanciaram? Quantos professores, amigos, colegas, amores? Quantas paixões passageiras? Pessoas que achávamos no momento que eram para sempre? Algumas realmente são. Ás vezes, não estão perto da gente, já nem fazem mais parte de nossos planos, mas de alguma forma deixaram um pouco delas em nós, todas elas ajudaram a construir nosso eu.
Acredito que cada pessoa que entra na nossa vida vem para um propósito diferente, não entram por acaso. Assim, como cada um de nós entra na vida de alguém. É inevitável!
Tudo é passageiro, são momentos bons e ruins os quais temos que passar. É triste e contraditório. Não entendemos quando percebemos que algo o qual acreditávamos com toda convicção chegou ao fim. Ficamos confusos em ver que realmente é o fim. A lição já foi nos passada mesmo que só vejamos bem mais pra frente.
Mesmo com situações ruins, fases de insegurança, confusão, medo e nossa busca nunca acabar, a vida é maravilhosa e um dia poderemos entender que tudo tem seu tempo, seu instante mágico capaz de transformar nossa história na Terra.

Larissa Alves

O meu EU

Sou o bem e o mal
O amor e o ódio
A paz e o sofrimento
A morada e devaneio

Sou embalo de uma música
Sou a nota musical
Sou a cifra e a composição

Sou o vento
Um furacão
A ventania destruidora

Sou o desejo
A maldição
O milagre
O sossego

Sou verso
Sou voz
Um sentido
Incontido

Sou pensamento
Sentimento
Calmaria

Sou o sim
Sou o não
e o talvez
por que

Sou a palavra
A frase
A personagem
A história que deseja
o sonho
o pesadelo

Sou confusão
A tua e a minha
Sou perdição
Ou não

Sou a verdade
A dúvida
A mentira mascarada

O mar
A brisa
A revolta
O encanto

Sou o orgulho
A vontade
A cabeça erguida
O coração apertado

Sou a exclamação
A interrogação
Sou a reticências
E a vírgula,
Mas nunca o ponto final

Sou muitas
E posso não ser nada
Depende do olhar
Sou alguém como qualquer um

Sou o erro
A lição
O aprendizado

Sou o segundo
Sou a eternidade

Sou vida
Sou corpo

Sou o destino
Sou meu destino
Sou o que desejar
Sem deixar de ser eu.

Larissa Alves

Meus rascunhos

Escrevo meus rascunhos
buscando um verso perfeito
que a poesia me pediu para escrever

Aquele que diz por si só
de tão simples torna-se profundo e intenso
no silêncio das palavras
e no turbilhão dos pensamentos

te busco na doce ilusão
da perfeição
do desejo incontrolável

verso que sinta
responda
pergunte
que seja vivo

capaz de levar para qualquer lugar
de lhe fazer sonhar
muito além de um olhar
que palavra alguma é capaz de explicar

e continuo a buscar
vou tentar encontrar
meu verso perfeito,
se a poesia me sussurrar e o vento me embalar.

Larissa Alves

Encanto

Quero encantar seus olhos há todos os instantes
Não deixe meu encanto escapar
Preciso me completar
Também preciso me encantar

Diga-me as palavras que preciso ouvir
na medida certa
no instante mágico
grite, sussurre... eu vou te escutar

Olhe para mim com os olhos brilhando de amor
Repletos de encanto
Quero ternura nos gestos
Em cada toque singelo

Quero me perder nesse canto
sem desencanto
não deixe o encanto murchar
porque ele sempre tenta escapar
não deixe!

Bueque sempre me encantar

Quero me encantar por completo
Preciso me completar
Deixe-me ouvir sua voz a falar
que nada vai nos abalar

e que buscará o encanto
em cada gesto
em cada pensamento
mesmo no tormento
do desalento de superar

O encanto não pode desaparecer
Nunca deixe isso acontecer, sem perceber
O vazio deve se preencher

Quero me encantar
Quero brilho no olhar
Encantar,
Me encantar
Ser sempre seu primeiro lugar

Quero que me encante
Enquanto
Lhe encanto
E, assim,
Eu canto para você
Uma canção
Sem desistir
Do desejo inabalável de encantar.

Larissa Alves

Sozinha no meu oceano

Quero um momento para ficar
Sozinha
bem longe de todos,
bem mais perto de mim.

Perceber e analisar
o que me faz bem
aquilo que me faz mal
o que preciso para ser feliz
e eliminar a superficialidade

aquilo que penso ser verdade.

Deixe-me mergulhar sozinha
no meu oceano particular;
você não vai entender
mesmo que as ondas te carreguem e
te levem para lá;

só eu sei decifrar os meus mistérios,
talvez, nem me leve a sério.

É incerto, correto
Mas eu preciso mergulhar
não é desculpa, escuta
quero só me confrontar,
melhorar para novamente
melhorar e
será.

Eu sempre precisei ficar
Sozinha
Tempo, deixe-me
Comigo mesma
Deixe-me

Sozinha
eu preciso

mas,
não por muito tempo,

Tempo.

Larissa Alves

Experiência de vida

Alguns dos moradores de rua no Centro de Campinas

Todos os dias nos deparamos com momentos, que podem mudar nossas vidas. Ás vezes, um fato para refletirmos á respeito de nossa existência nesse mundo tão desigual.

Entretanto, por conta dessa correria diária estudo, trabalho, família, preocupações... deixamos passar esses instantes, que servem para abrir nossos olhos e perceber que a vida vai muito além do que se vê.

Um dia desses estava com uma amiga no Centro da cidade de Campinas, tirando fotos para meu ensaio fotográfico: “Sobrevivendo da Rua”, que pretendo mais pra frente postar aqui.

Chegamos pela tarde, muitas pessoas pra lá e pra cá, fazendo compras, trabalhando, ou simplesmente, andando... estávamos indo embora quando percebemos uma concentração de moradores de rua nas escadarias da igreja Nossa Senhora da Conceição, em um dos degraus havia uma pequena caixa com cinzeiros feitos de latinhas de refrigerantes. Olhamos, pensamos... e paramos em frente, quando eles nos chamaram para conversar.

Pedi para tirar foto deles e do trabalho feito com as latinhas. Pronto! Começaram a falar, era um competindo com o outro não dava para distinguir quem falava mais. Todos queriam nossa atenção.

Falaram da família distante, dos motivos os quais moram na rua, e, por incrível que pareça, alguns deles dormem nas ruas de Campinas por escolha, trabalham e dizem ser felizes com a vida que levam.

Na mistura de vozes, de histórias fascinantes, fortes, sofrimento e saudade. Me emocionei quando um deles mostrou a carteira de trabalho todo feliz, com um sorriso tímido estampado na face falando:
“Olha, eu trabalho ali, naquele prédio... você ta vendo? Agora eu vou arrumar meus dentes, to trabalhando”.

Ele não tinha dentes na parte superior...

Fiquei impressionada com a inteligência e experiência de vida de um jamaicano, que veio ao Brasil há muitos anos atrás.
Ele já viveu em seis países diferentes, sabe muita coisa de todos estes países - palavras, frases de outras línguas. Ele nos perguntava e falava sobre coisas que eu nunca tinha escutado antes.
Com isso, pude perceber que a vida é a melhor escola que existe.

Outro falava de seus dons artísticos, disse para voltarmos outros dias que ele levaria seus vasos feitos de garrafas pet.

Outro falava do preconceito que o grupo sofre todos os dias. São vistos como animais sujos, não como seres humanos, que por algum motivo, ou vários, foram levados a sobreviver desta maneira.

Disputando a conversa, outro tirou da bermuda suja e furada uma foto de sua esposa e filhos. Estavam em outra cidade, começou a falar da saudade e da dor que carregava em seus dias.

Tirei fotos e fotos, todos queriam aparecer. As pessoas ao redor jogavam olhares curiosos e repulsores.

O que importa é que ficaram muito felizes com nossa presença. Eles são felizes com pouco, ás vezes, apenas com uma conversa, um momento de atenção para se sentirem outros.

São pequenas ou grandiosas as experiências colocadas em nossas vidas, dependem de como somos capazes de vê-las e senti-lás.

Larissa Alves